Dia 11 de agosto tivemos nossa primeira interação com foco no público infantil, através de uma sessão multimídia que intitulamos de “Circo Multimídia”. O trabalho foi apresentado para crianças de 07 anos de idade (2ª série) em uma escola municipal de Navegantes , em duas sessões, uma matutina e outra vespertina.

Queríamos criar algo para crianças bem novinhas (de 04 a 07 anos), uma proposta com foco muito maior no conteúdo imagético do que na preocupação de contar uma história. Como seria nosso projeto piloto, decidimos utilizarmanipulação direta de brinquedos, e utilizar as ações filmadas para serem manipuladas ao vivo com bastante interação projeção/platéia e uma estrutura ao estilo vídeos do “Bebê +” ou do “Pocoyo”.

Filmamos tudo com fundo preto e usando roupa preta. Depois na edição foi percebido que se os manipuladores estivessem todos inteiramente pretos, inclusive cabeça, facilitaria um monte na edição.

Como os bonecos estavam vazados, o legal seria aproveitar o fundo de alguma forma, então foi pedido pras crianças desenharem em dois painéis, em um desenhar o mar e em o outro o circo. Antes de começar o desenho, estimulei as crianças perguntando o que tinha no mar e o que tinha no circo. Houve bastante empolgação na participação e nos desenhos. Na turma da tarde com 27 crianças já começou a ficar complicado o espaço pra desenho, já que as crianças ao redor dos painéis ocupavam todo o espaço. Não sei se essa idéia continua por essa limitação, e também porque influenciou muito pouco as projeções. A dinâmica de colar os cartazes foi muito lenta, quebrando o ritmo. Tenho a impressão que um narrador desenhando com pincel atômico as sugestões das crianças pode ser mais interessante.

A primeira cena foi a manipulação de um barco (branco) e de uma baleia. A interação com as crianças se deu através da troca de cor do barco. As crianças escolhiam que cor seria o barco (e a baleia) e era mudado ao vivo. Momentos ooohhhh: 1. quando o barco dava 360º e quando a baleia aparecia.

Depois disso, foi animada uma foca, que brincava com uma bola. A instrução para as crianças era de gritar “continua” toda vez que a foca parava. Como a foca às vezes dava uns stops, não ficava muito claro quando era para ter os “continua”s já que qualquer paradinha da focas as crianças já gritavam” continuaaaaa”.

O próximo boneco era um palhaço desses de vara que entra e sai de dentro de um cone. Para as crianças foi dito que o palhaço era tímido, e que ele só aparecia se chamasse ele bem baixinho. Foi jogo que aconteceu bem, com o Palhaço entrando e saindo reagindo ao chamados das crianças. Depois na hora de ir embora as crianças deram tchau =).

A interação sempre ocorria com as crianças, perguntando, quem seria o próximo. Até que eu chamei o coelho e ele apareceu aos poucos. O aparecer aqui e lá. Até que o coelho caiu, e começou as perguntas de sim e não. O jogo de sim e não com o coelho respondendo as perguntas funcionou super bem. A criançada adorava perguntar coisas pro coelho e ver ele respondendo. Quando o nome foi acertado, continuou o jogo perguntando o que o coelho queria fazer. Até que todos brincaram de morto vivo. Definitivamente, nesse tipo de interação, o projetor deve ficar elevado (e quem sabe a tela também), por que invariavelmente com todo mundo se mexendo, alguém acabava esbarrando no projetor, ficando na frente dele e etc… Creio que ajustado o espaço com um tripé e o projetor ficando invertido esse problema fica bem resolvido. Ficar mais elevado também seria uma boa, para que todas possam ver, mesmo as que estão atrás. As crianças adoraram brincar de imitar a projeção. =)

No momento de segurar a corda pro coelho se equilibrar todas as queriam, era sempre difícil escolher e algumas crianças ficavam irritadas. Quem sabe fazer um sorteio, para que fique bem democrático. O equilíbrio do coelho com as crianças segurando a corda também foi bem bacana. Até que o coelho caiu da corda e ficou triste.

Até que entra o elefante. O elefante, também tinha o jogo de sim e não. Que ficava mais evidente pelo movimento de sua tromba. Ele fazia as acrobacias impulsionado pelas palmas das crianças. O que não influenciava a projeção (as palmas), somente o momento em que eu dava o “start” e ainda assim funcionou bem o jogo. O jogo do elefante passar por cima (e até pular na cabeça) de uma das crianças super funcionava. =)

Ao final todos cantaram canção de ninar pros brinquedos dormirem. Percebi que o final não ficou bem pontuado, parecia mais uma brincadeira que as crianças queriam continuar e não uma história com início meio e fim (ao menos pra elas).

Zé Mário da Fundação Cultural e Navegantes, me recepcionou na cidade e fez um registro em vídeo da apresentação, da qual tirei os printscreen das fotos acima. Vlw Zé Mário. A apresentação foi promovida em parceria com o SESC Itajaí.

PS1: Um menino me abordou no final pedindo pra voltar outro dia, pra ir na casa dele apresentar, me explicou onde morava.

PS2: Nas outras cenas (que não a do barco) as crianças perguntavam se também podia mudar de cor

PS3: Fundamental ter um ou dois monitores administrando as crianças, para não dar brigas, tapas, empurrões e puxões de cabelo.

PS4: Um menino veio me dizer todo “esperto” que era eu que controlava os negócios que ele tinha visto (eu tava na frente dele).

PS5: levei microfone mas não usei, porque as crianças estavam tão próximas que não precisou.

Ps6: ia ser legal um controle wireless para ir no meio das crianças, próximo à projeção e dar os comandos de interação com mais mobilidade. (Pensei esses dias num teclado numérico wireless)

PS7: Criaram as animações eu, patrícia e Seba. Eu fiz a programação multimídia e a apresentação no colégio.

PS8: foi bem legal.

PS9: “o barco não vai dormir?”